"O cidadão não distingue União, Estado e Município: olha para quem está próximo dele", afimou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, em entrevista sobre reeleição à Folha de São Paulo, publicada nesta terça-feira, 1.º de novembo.
A Folha fez uma copilação de infomações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que apontam que dos 2.945 prefeitos se candidataram à reeleição e 1.385 conseguiram, um índice de 47%. Segundo a publicação, o levantamento é um indicativo de que o controle da máquina municipal não é garantia de permanência dos mandatários no poder.
Na entrevista, Ziulkoski afirma ainda que o discurso da "mudança" foi marcante nessa eleição. "Ocorreu em cima de propostas que não vão ser cumpridas. Vai haver uma decepção de novo dentro de um ano ou dois”, avaliou.
Crise nos Municípios
O presidente da Confederação argumentou que não há perspectiva de aumento de receitas e a situação deve se agravar com a proposta do teto de gastos públicos, em tramitação no Congresso.
A CNM pesquisa por conta própria a taxa de reeleição desde que ela passou a ser permitida, em 2000, e afirma que, em eleições anteriores, sempre mais de 55% dos prefeitos que concorreram acabaram se elegendo. O pico foi em 2008, com 66%.
Dados do TSE
Para a Falha, os dados do TSE reforçam as análises de que neste ano o eleitor esteve mais desencantado com a política. O índice de votos brancos e nulos bateu recorde, e candidatos que adotaram discurso de que não eram políticos tiveram êxito em grandes cidades.
É a primeira vez que a Justiça Eleitoral compila as informações de reeleição, por isso não é possível comparar o dado com anos anteriores. Neste ano, no momento do registro para a eleição, cada candidato assinalou voluntariamente se estava ou não disputando a reeleição.
Nas capitais, 15 dos 20 prefeitos que concorreram foram reeleitos. Os cinco derrotados caíram já no primeiro turno.