Conselheiros, vice-presidentes, ex-presidentes, presidentes dos Conselhos Regionais de Contabilidade e o presidente do CFC, José Martonio Alves Coelho, participaram, na tarde dessa quinta-feira, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em Brasília (DF), da última edição do projeto Quintas do Saber, idealizado pela Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), com o apoio do CFC, que debateu o tema “Educação e Pesquisa em Contabilidade”.
A presidente da Abracicon e ex-presidente do CFC, Maria Clara Cavalcante Bugarim, foi a mediadora do bate-papo que reuniu o editor geral da Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), Orleans Silva Martins; o presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Ernani Ott; o presidente da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal (Acicon), José Antonio de França; e o professor e integrante Comitê de Política Editorial da REpec, Valcemiro Nossa.
O presidente da Anpcont, Ernani Ott, iniciou o bate-papo fazendo um retrospecto sobre a evolução do curso de pós-graduação em Contabilidade no País. “Quando a gente lembra dessa caminhada, percebe que o início se deu em 1809, com D. João VI, passando pela escola Álvares Penteado e com a criação do curso de Ciências Contábeis, em 1945”, pontua Ott.
De acordo com Ott, existem, atualmente no País, cerca de 1.300 cursos presenciais de Ciências Contábeis e um crescimento “extraordinário” de cursos a distância. “Acredito ser algo em torno de 400 cursos ou mais”, diz o presidente da Anpcont.
Outro dado apresentado pelo contador foi sobre os cursos de mestrados em Ciências Contábeis no País. “Esse primeiro passo da educação strictu sensu aconteceu em 1970, pela Universidade de São Paulo que criou o primeiro mestrado em Ciências Contábeis no País, seguido pela PUC, em 1978”, lembra.
Sobre os cursos de mestrado, Ott lembrou a evolução do curso há quase 50 anos. “Dos anos 70 até 2000, existiam apenas cinco cursos de mestrado; de 2001 a 2005, 8 cursos; e de 2006 a 2016, existem 20 cursos”, comemora.
Para Ott, a criação da Anpcont, em 2005, foi importante para o fortalecimento da área e a possibilidade de poder difundir melhor os cursos de mestrado no País. De acordo com os dados apresentados, Ott afirmou que “atualmente existem 33 mestrados, sendo 27 acadêmicos e seis profissionais”, revelando ainda que “são cerca de 3.900 mestres e mais de 300 doutores em Ciências Contábeis”.
No que diz respeito aos cursos de doutorado, o presidente da Anpcont disse que a USP criou o curso em 1978 e que, “após 27 anos, a UnB adotou o doutorado na grade, sendo que há no País, 12 doutorandos em plena atividade”.
Na oportunidade, Maria Clara externou a alegria em perceber a contribuição do CFC, com o cenário atual da pós-graduação em contabilidade no País. " É muito bom perceber que o CFC, por meio do programa Excelência na Contabilidade, tem contribuído efetivamente para a melhoria do cenário educacional, no que diz respeito à pós-graduação”, pontua. O CFC instituiu e mantém o Programa Excelência na Contabilidade, que tem como proposta intensificar a realização de cursos de pós-graduação stricto sensu em Contabilidade, participando financeiramente de projetos específicos direcionados a essa finalidade, mediante convênios firmados com instituições de ensino superior recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
REPeC: dez anos de história
Durante o evento Quintas do Saber foi lançado o livro “REPeC – Edição Especial dez anos”. A obra traz seis artigos inéditos, de seis autores convidados pelo Conselho Editorial da revista. Segundo o editor geral daREPeC, Orleans Silva Martins, “ a revista, ao longo de todo esse período sempre teve autonomia editorial e essa edição especial retrata a qualidade alcançada pelo periódico”, analisa.
Orleans fez uma breve análise da revista nos últimos dez anos. De acordo com o editor, a “REPeC apresenta, atualmente, um foco mais técnico que atrai não somente leitores acadêmicos, mas, também, profissionais que atuam nas mais diversas áreas da Contabilidade”.
A revista foi criada em 2005, na gestão do presidente Martonio. À época, o presidente do CFC solicitou ao Conselho Editorial da Revista Brasileira de Contabilidade (RBC) um estudo para a criação de uma revista eletrônica com foco no segmento científico da Contabilidade, promovendo a pesquisa empírica na área.
Disponível nas línguas inglesa e portuguesa, a REPeC conta, atualmente, com mais de dez mil leitores. Recentemente, a revista foi pontuda pela Qualis/Capes com estrato B1. “O nosso grande desafio, para os próximos anos é elevar a pontuação para o nível A2”, revelou Orleans.
Os artigos publicados na edição especial são “O Goodwill Gerado pelo Passivo”, “Trinta anos de pesquisa em remuneração executiva e retorno para o acionista”, “Mapa Conceitual da Fraude: Configuração Teórica e Empírica dos Estudos Internacionais e Oportunidades de Pesquisas Futuras”, “Relação entre Percepção de Justiça Organizacional e Satisfação do Trabalho”, “O que se tem pesquisado sobre Sustentabilidade Empresarial e sua Evidenciação”, e “Agressividade Tributária: um Survey da literatura”.
Um dos editores da REPeC, o professor Valcemiro Nossa, fez um rápido discurso e lembrou à época em que participou de todo o processo da criação da revista. “A primeira edição foi feita com autores convidados”, lembra. Ainda, segundo Valcemiro, “todo processo é evolutivo e a REPeC está evoluindo em qualidade nos trabalhos que a revista vem recebendo”.
Outro integrante que acompanhou a criação da revista desde o início foi o ex-presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade, José Antonio de França, que agradeceu a confiança e ressaltou o orgulho de ter contribuído com a criação do periódico. “Tenho certeza de que a REPeC é atualmente uma das mais importantes revistas de interesse para estudantes e profissionais, e o apoio do CFC foi fundamental para que esse sonho se tornasse realidade”, disse.
Na oportunidade, a professora e ex-integrante do Conselho Editorial da REPeC, Ilse Maria Beuren, foi empossada como a nova acadêmica da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon).